No dia 03/12, o grupo franco-brasileiro Cao Laru e a cantora mineira Ceumar lançaram “Terra Irmã”, primeira parceria entre eles. A faixa – assinada por Ceumar em parceria com o baixista Pedro Destro – faz parte do inédito álbum “Minas”, em que a Čao Laru convida mulheres compositoras mineiras para dividirem com a banda a autoria e a gravação das músicas. O primeiro lançamento foi com Luiza Brina; o segundo é esta faixa criada à distância entre a banda e Ceumar, que vive em Minas Gerais.
“Antes da gente ventilar a Ceumar como parceira nesta canção, nós pensamos nela como parceira para este disco. Fizemos o convite, ela topou e só isso já foi um presente pra nós. Aí, nós da banda começamos a mostrar uns para os outros pedaços de músicas, melodias, poesias que tínhamos guardados e que poderiam vir a fazer parte do álbum; quando mostrei um trecho da melodia e harmonia de “Terra Irmã”, todo mundo me disse que ela tinha algo a ver com a Ceumar e suas composições. Diante disso, a gente decidiu levar a música pra ela”, conta o baixista Pedro Destro, um dos compositores da canção.
Do outro lado, Ceumar recebeu o áudio com entusiasmo. “Na hora que eu ouvi, eu já gostei. Isso é super importante na criação, você gostar de cara”, relembra a artista. Com o tempo, Destro criou a segunda parte da música, enquanto Ceumar trouxe a letra e realizou ajustes finos aqui e ali. “Os versos que me vieram se conectam com o início da pandemia, com aquele momento em que estávamos mais observando o que é que ia acontecer. Mostrei a letra pro Destro, que me disse que tanto ele quanto a banda tinham gostado”.
Todo o processo criativo, é claro, foi feito à distância, mas tanto Destro quanto Ceumar classificam o trabalho como muito tranquilo e harmonioso. “Foi uma das poucas vezes na minha vida que eu compus com alguém que eu ainda não conheci ao vivo. Foi muito louca a sensação de um dia receber um áudio com a Ceumar cantando uma música que eu fiz com ela. É meio mágico. Eu, que escuto a Ceumar há tantos anos e que a vejo como uma artista referência pra mim, nunca imaginei que isso fosse acontecer um dia”.
Para a artista, a sensação é parecida. “Eu me senti muito à vontade com eles, apesar de não conhecê-los pessoalmente. E o resultado ficou ótimo: é uma canção bonita, com uma ideia filosófica mas que ao mesmo tempo ganhou um arranjo que a deixou positiva. Eu adorei!”.
A revolução das vozes
Um disco da Cao Laru – cuja formação atual soma seis integrantes – já é um trabalho coletivo. Em “Minas”, há um aprofundamento da experiência de criação coletiva que a Čao Laru já vive dentro do próprio grupo, em que todos compõem, e que agora se expande com o convite para que outros artistas criem com a banda. A possibilidade de poder lançar faixas em parceria com um outro artista que você admira, segundo Noubar Sarkissian, da Cao Laru, é tanto a realização de um sonho quanto uma experiência criativa muito bem-vinda. “Eu adoro isso: ter uma ideia e receber uma ideia de alguém de música, e de composição, e ver como na cabeça e no coração de outra artista, essa ideia pode vir a tomar outros caminhos, ou pode florescer de uma maneira diferente, que a gente nunca imaginaria. É bom demais participar deste processo!”.
Destro lembra que o olhar para o coletivo está no DNA da Cao Laru, e que este desejo por ampliar o número de vozes está cada vez maior dentro do grupo. “Desde o nosso mais recente disco, “Libre”, em que gravamos composições de todos os que integravam o grupo naquele momento, tenho a impressão de que queremos expandir ainda mais esse caminho. Tanto que buscamos pessoas que não só cantariam com a gente, mas que comporiam com a gente”.
Para o baixista, no fundo, é apenas a visão de mundo da banda adentrando o seu processo criativo. “Nós acreditamos numa revolução coletiva, que é feita a várias vozes, a várias mãos. De certa forma, vejo um paralelo no que a Cao Laru faz como artistas: queremos ter um disco com várias vozes, não só na participação, mas na composição. São mais de 16 pessoas compondo este disco. Fazer um álbum assim é ser coerente com o que acreditamos”.
TERRA IRMÃ
Composição (letra e música) Pedro Destro e Ceumar
Intérpretes
Ceumar – voz
Nicolle Bello – voz
Léa-Katharina Duez – flauta e voz
Pedro Destro – baixo elétrico
Joel Rocha – guitarra
Noubar Sarkissian – sanfona
Edson Silva – bateria e voz
Arranjo: Cao Laru
Produção Executiva: Difusa Fronteira (Nina de Souza, Felipe França e Grão)
Assessoria de Imprensa: Pequeno Imprevisto (Eduardo Lemos)
Distribuição: Pequeno Imprevisto
Captação: Ricardo Ladeira de Rezende (Nave Studio – Juiz de Fora/MG)
Edição: Joel Rocha
Mixagem e Masterização: Otávio Carvalho (Pequeno Imprevisto – São Paulo/SP)