6 Documentários para não perder no 13° festival IN EDIT

Edição on-line com parte da programação gratuita começa nesta quarta, dia 16

 

Nesta quarta, dia 16, começa o IN-EDIT, a 13° edição do Festival Internacional  do Documentário Musical, que acontece apenas online pelo segundo ano consecutivo. A programação vai até o dia 27 junho, com 50 documentários brasileiros, internacionais além de uma seção de curtas fazem parte do festival.

O público pode acompanhar gratuitamente o festival no site da edição, e também haverá exibição de alguns filmes participantes na plataforma on-line do SESC e no SP cine play.

A programação conta com filmes e histórias de músicas que mereciam há algum tempo um olhar mais próximo e detalhado de um documentário, além de um catálogo nacional e internacional que prometem abordagens bem interessantes sobre histórias pouco conhecidas.

Há cerca de uns 20 filmes legais de conferir, e para ajudar um pouco, selecionamos 6 DOCs que valem muito a pena:

João Bosco e Aldir Blanc. Parceria é isso aí.

(Pedro Pontes, Brasil, 2021, 18 min.)

(Gratuito, a partir do dia 17/6)

 

Parceria_e_isso_ai
Joao Bosco e Aldir Blanc

 

Em uma hora em que é tempo de repassar toda a importância poética de Aldir Blanc para música e cultura brasileira, o curta-metragem de Pedro Pontes filma uma visita de João Bosco ao companheiro de 40 anos de composição, para falar um pouco da história da amizade e do processo de criação da dupla.

Poucos letristas no Brasil conseguiram trazer também para o formato canção as reflexões e experimentações literárias do país de sua geração. Entender um pouco melhor esse processo é a mais merecida homenagem aquele que, nem é preciso dizer, foi muito maior que apenas a pessoa que dá nome à lei de auxílio aos profissionais da cultura — em tempos tão difíceis.

A conversa faz parte da seção do festival “curta um Som”,  dedicado à curta metragens da programação.

 

Secos & Molhados

(Otávio Juliano, Brasil, 2021, 90 min.)

(Gratuito, SAB 20H até DOM 20.06, 20H; SEX 25.06, 20h até SAB 26.06, 20h)

 

 

Como o grupo que — talvez em muitos sentidos — seja o mais subversivo dos anos 70 conseguiu criar em tão pouco tempo discos tão poderosos, trazendo o melhor do teatro, a forte contestação política e lírica do modernismo brasileiro, o rock  e os estilos populares brasileiros, em um tempo de contínua censura — e fazer tanto sucesso, como poucos conseguiram ?

Já fazia muito tempo que precisávamos ouvir com bastante atenção e reverência o líder do grupo, João Ricardo, contar com mais detalhes esta história. Em um teatro municipal, o documentário dirigido por Otávio Juliano faz um importante registro histórico ao ouvir João, no teatro Municipal de São Paulo vazio.

O documentário concorre na Competição Nacional no Festival.

Toada para José Siqueira

(Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques, Brasil,2021, 131 min)

(Gratuito, A Partir de Quinta 17.06, 12H.)

 

O paraibano nascido no alto sertão paraibano que foi tentar a vida no Rio de Janeiro, estudar composição e regência, é o criador da Orquestra Sinfônica Brasileira. Se aprofundou nos estudos das raízes da música brasileira e dos negros escravizados. Mas teve sua trajetória esquecida e relegada ao ostracismo após o golpe militar de 1964, por ter relações próximas com a União Soviética.

Também concorrendo na competição nacional, contar a história de José de Lima Siqueira hoje é tão importante quanto procurar entender como registro histórico tão importante ao país pode ser ainda hoje conhecido por tão poucos, e ter sido relegado até hoje a certo silêncio sobre sua biografia.

Rockfield – A fazenda do Rock

Hannah Berryman, Reino Unido, 2020, 91 min.

(ingresso: R$ 3,00 TER 22.06, 19H até QUI_24.06, 19H)

       Participando do Festival no Panorama Mundial, filmes que tem o ingresso para ver na plataforma por R$ 3,00 reais, o filme conta a história de como uma antiga fazenda britânica pode ser tão importante para a história do Rock.

Chegando em seus melhores momentos a competir com o mítico Abbey Road, a fazenda Welsh Farm abriga, entre o ordenhamento regular de vacas e tosas de ovelhas, um estúdio de gravação que já abrigou, Queen, Robert Plant Ozzy Osbourne, Lemmy Kilmister (Motorhead), Stone Roses e Oasis, com muitos registros importantes e boas histórias para contar, pelos próprios músicos e pelos proprietários, a família Ward.

A velha fazenda que aparece em “Bohemian Raphsody”, vendo Freddie Mercury dando toques finais para “Bohemian Rhapsody” ou o Oasis começando a trabalhar na gravação de “Wonderwall”, Rockfield promete trazer uma série de casos que fazem parte do imaginário do universo Rock.

 

Chico Mário – Melodia da Liberdade

(Silvio Tendler / Caliban Cinema e Conteúdo, Brasil, 2020, 100 min)

(Gratuito, a Partir de Quinta 17.06, 12H)

 

Os fundamentais Henfil, cartunista, e o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, tinham um irmão músico.

O grande e incansável diretor Silvio Tendler (“Jango”, “JK”, entre outras inúmeras  obras de arte, registros históricos essenciais  ao país) nos conta este ano a história de Francisco Mário de Sousa, o Chico Mário, que encontrou na música sua maneira para se expressar e de olhar o mundo.

Tornou-se um grande violonista e estudou o Brasil a fundo para compor inúmeras canções para violão e orquestra e criou o Método Musical de Cores para Crianças.

O documentário participa da seção não competitiva “Mostra Brasil”, dedicado a busca aspectos da diversidade da música e das raízes nacionais.

Todas as melodias

(Marco Abujamra, Brasil, 2020, 90 min)

(Gratuito, a partir de Quinta 17.06, 12H)

 

Também participante neste ano da mostra Brasil o filme de Marco Abujamra de 2020, homenageando o grande Luiz Melodia,  falecido em 2017, eu poderia dizer algo a mais sobre o documentário e da singularidade do artista para musica brasileira, mas achei por bem ser um pouco mais sincero e pessoal.

Desde muito novo, fã dedicado de rock, blues e boa parte das diferentes vertentes da inesgotável MPB brasileira, foi somente ao ouvir  em uma das verves de Luiz Melodia e seu parceiro de 40 anos, Renato Piau,  que eu realmente comecei a gostar de verdade e entender  a riqueza do samba brasileiro pela primeira vez. Para mim, é daqueles artistas que eu agradeço todos os dias por ter conhecido seu trabalho e ter feito parte sempre da minha trilha sonora.

 

Alfredo Araújo

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