Disco de Gustavo Galo traz 2020 encapsulado em canções

Gustavo Galo não pensava em lançar um disco em 2020. Aliás, Gustavo Galo não planejava gravar novas músicas por um bom tempo. Mas uma provocação do produtor Otávio Carvalho e a leitura de um texto do poeta Torquato Neto o fizeram mudar de ideia.

“Quarto”, o EP que chega às plataformas digitais no dia 28/12 pelo selo Pequeno Imprevisto, é o retrato do artista em isolamento mirando a janela e a si mesmo. As 5 faixas foram gravadas diretamente do seu próprio quarto, num apartamento na região central de São Paulo, sob produção de Otávio Carvalho.

“Eu entendia que meus discos anteriores – “Asa” (2014), “Sol” (2016) e “Se Tudo Ruir, Deixa Entrar o Ruído” (2019) – compunham uma trilogia. Mas, um dia, o Ota me propôs que eu gravasse o quarto disco. Era o meio da pandemia, eu estava no meu quarto, e achei que era o momento de gravar algo solitário, em casa, caseiro mas que não fosse um disco privado, e sim permeado pelo que está acontecendo do lado de fora. Seguindo a lição do texto do Torquato Neto: o lado de dentro é o lado de fora. Eu queria que fosse um disco cru e ao mesmo tempo cheio”, conta o artista.

O EP marca a primeira vez que Gustavo Galo grava  em formato voz e violão. “Eu nunca tive coragem de fazer um disco assim. Primeiro porque eu acho que eu toco mal violão, e isso não é modéstia. Mas, diante da impossibilidade de encontrar os músicos e amigos da banda que gravaram comigo o último álbum, eu descobri que mesmo inseguro com o violão, eu toco violão do meu jeito. Tive uma coragem que não tinha tido até aqui”, diz.

A solidão coletiva causada pela pandemia é o tema que percorre a obra, e há um forte simbolismo no fato de todas as faixas serem parcerias: Até de manhã (de arrudA e Peri Pane), As Flores são (com Peri Pane), Queridos dias difíceis (com o poeta Ricardo Aleixo), Quarto crescente (com Júlia Rocha) e a versão para o clássico Pra começar (Antônio Cícero e Marina Lima).

“No “Quarto”, acho que se intensifica a minha pesquisa sobre as relações entre música e poesia, especialmente a  contemporânea. É um disco que canta a poesia”, encerra.

Gustavo Galo – “Quarto”

Lançamento: Pequeno Imprevisto

Até de manhã (arrudA/ Peri Pane)

As flores são (Gustavo galo/ Peri Pane)

Queridos dias (Ricardo Aleixo/Gustavo Galo)

Quarto crescente (Gustavo Galo/ Júlia Rocha)

Pra Começar (Antônio Cícero/Marina Lima)

 

Gravado na casa do Galo e da Júlia

Violão e voz por Gustavo Galo

Produzido por Otávio Carvalho e Gustavo Galo

Gravado, mixado e masterizado por Otávio Carvalho

Foto polaroid da capa por júlia rocha

Arte da capa por Ciça Goés

AR por Eduardo Lemos e Otávio Carvalho

Comunicação por Eduardo Lemos

Sobre o Pequeno Imprevisto

Fundado em fevereiro de 2020 por Otávio Carvalho e Eduardo Lemos, o Pequeno Imprevisto lança discos e cria conteúdo. Em seu primeiro ano de atuação, lançou os álbuns “Presente”, de Luiz Gabriel Lopes; “Libre”, de Čao Laru, “Se Chover”, de Lucas Gonçalves; “Amazonon”, de Juliano Abramovay e “Quarto”, de Gustavo Galo. É do selo o projeto “Singles Imprevistos”, que reúne nomes da casa com autores como André Abujamra, Biel Basile e Meno del Picchia, entre outros.

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