Se Chover anseia a mudança do tempo. A condicional “se” trata da imprevisibilidade dos dias. A vida é instável, tal como os lugares para onde as músicas podem nos levar. Um pequeno objeto pode despertar essa viagem, mesmo que inconsciente. O disco é sobre a sensação daquele instante repentino que te faz lembrar o que aconteceu anos atrás, como as madeleines de Proust. Lucas Gonçalves vai parar em sua infância no sul de Minas Gerais, mas também fala de temas universais, como amor, mágoa e morte. Seu disco de estreia, com dez faixas próprias, já está disponível em todos os tocadores de música.
O show de lançamento será transmitido ao vivo, no dia 18, domingo, direto do estúdio Submarino Fantástico, em São Paulo, onde o disco foi gravado durante o ano de 2019.
Ainda que Lucas Gonçalves tenha singles e EPs lançados, “Se Chover” é um marco para seu percurso como compositor. A faixa-título puxa as demais. “A partir dela eu comecei a perceber que eu tinha outras canções que falavam de chuva e de sol, como metáforas para gatilhos de memória. Essas músicas conversavam entre si e vi que fazia sentido colocá-las em um disco”.
Lucas compõe de maneira muito pessoal, para lidar com as angústias e compreender seu próprio universo. Escreve suas letras com tanta concentração, que às vezes o dia vira noite e ele nem percebe. Precisa encontrar palavra e frase perfeitas, e que funcionem melodicamente. Mas não adianta ser só harmonioso. “Tem que ser honesto, transparente como é… Uma música é transparente!”, diz. Uma frase musical pode rondar sua cabeça por anos, até que encontre um caminho e desate o nó.
“Se Chover” é um álbum com conceito sonoro bem resolvido. Tem o violão de nylon no centro, como os discos brasileiros de 1970, mas é tocado num movimento solto, como no folk. Uma parte do disco foi gravada de modo totalmente orgânico, com
baixo elétrico. Até mesmo em seus shows, estes dois momentos se intercalam. Na parte percussiva, um outro elemento soma à sonoridade quando o surdo é substituído pelo bumbo leguero, instrumento argentino.
Violão de nylon, contrabaixo, bateria e percussão vêm acompanhados de cordas, piano e flauta. “Eu pensei em não repetir nesse disco o que eu já toco em outros projetos. Eu queria um caminho de sonoridade e arranjo diferentes”, explica Lucas, que é vocalista e guitarrista da Vitreaux e baixista da Maglore. “Eu quis fazer um disco centrado na canção, sem muitas guitarras e com uma estética mais limpa. Também não tem nada eletrônico, nenhum beat ou sintetizador”.
Lucas Gonçalves escreve músicas narrando sua própria história. Recorda de um fato que sua mãe o contou e colhe fragmentos de realidade para construir suas composições. Uma gaveta com fotografias antigas, as fitas no aparelho de som do carro de seu pai, a viola da avó em seu quintal, que também recebia as folias de reis – essas são algumas memórias que o ajudam a reconstituir o enredo de Baixa a Poeira.
A maioria das músicas foram criadas no interior. Mesmo as ideias que nasceram em São Paulo, cidade onde vive há oito anos, Lucas levou para terminá-las em Passa Quatro (MG). “O disco tem um outro tempo, é um respiro. Uma coisa, realmente, de poder parar, olhar e sentir. Não tem nenhum hit dançante. É um disco de imagem, de paisagem, de contemplação. No interior é isso, não passa nem avião, você fica olhando o céu, as montanhas, os pássaros, e não passa quase ninguém na rua. Tem vida acontecendo nas praças e nas casas, mas também um silêncio no meio da tarde, um silêncio absurdo”.
Essa atmosfera pouco ruidosa do som contrasta com a poesia que fala, com melancolia, de nostalgia, despedida e inquietações. Há um grito desesperado em Precisa Algo Acontecer, porém a maior parte é dita com calmaria. Lucas Gonçalves fala de temas difíceis com doçura.
Basta, single lançado no primeiro semestre de 2020, é a canção mais direta politicamente, é sobre chegar ao estopim da desesperança. Perceber que não há mais sentido no modo como os seres humanos dialogam entre si e com o planeta. Toca na questão da demarcação das terras indígenas e critica a omissão da sociedade diante das opressões.
A trajetória autobiográfica que costura o disco fez com que Lucas Gonçalves elaborasse sobre sua própria finitude. Prece e Se Chover II são autoficções sobre a morte: uma fala sobre o último dia de sua vida e a outra é como uma escrita póstuma. A morte aparece de uma maneira filosófica em “Se Chover”.
O sol vai nascer outra vez encerra o disco deixando a vontade de querer viver tudo de novo. É sobre se encantar e se desencantar pela vida, se apaixonar por alguém e por si mesmo, num insaciável trajeto cheio de fins e recomeços. Entre dias de sol e de chuva, vive-se uma vida por inteiro.
Ouça o disco Se Chover:
Fotos de divulgação e capa aqui.
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Assista ao videoclipe Sol e Chuva
SE CHOVER | LUCAS GONÇALVES
01. Se Chover | 02. Na Bagagem | 03. Precisa Algo Acontecer | 04. Sol e Chuva |
05. Basta | 06. Temos Nós | 07. Prece | 08. Baixa a Poeira | 09. Se Chover II |
- O Sol Vai Nascer outra Vez
Serviço Show de lançamento Se Chover
Quando: Às 17h do dia 18 de outubro de 2020
Quanto: De R$10 a R$15 pelo Sympla
Como: Transmissão ao vivo direto do estúdio Submarino Fantástico para canal do YouTube do Lucas Gonçalves.
Ficha Técnica Se Chover
Lucas Gonçalves: Produção, arranjos, voz, vocais, violão, bandolim, guitarra e baixo
Luciano Tucunduva: Produção, mixagem e percussão
Otavio Carvalho: Masterização
Pedro Lacerda: Bateria e percussão
Diogo Valentino: Baixo elétrico
Mali Sampaio: Baixo acústico
Filipe Castro: Percussão (conga, castanhola e meia lua)
Bruno Bruni: Piano acústico e elétrico
Michele Mello: Viola de arco
Paulo Costa: Violino
Raphael Evangelista: Violoncello
Beto Mejia: Flauta
Fabricio Gambogi: Arranjos em “Se Chover II”
Roger Turra: Arranjos em “Precisa Algo Acontecer”
Renato Medeiros: Produção e Mellotron em “Prece”
Kezo Nogueira: FlugelHorn
Ilustrações e projeto gráfico: Carolina Reis
Bordado: Tainá Denardi
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